
bio
Ari de Goes is an Italo-Brazilian artist born in São Paulo, Brazil, in 1973, currently living in Emilia Romagna, Italy. With a background in advertising, he has worked in art and creativity since 1987. He was an entrepreneur in the communication field for a decade, where he gained experience in entrepreneurship, administrative practices, leadership, mediation, coordination, and teamwork, which now contribute to his role as a mentor in human development and guidance.
He began his professional journey with watercolor techniques at the age of 14 as an illustrator for communication companies, illustrating for campaigns and editorials. Since 2008, he has been developing his personal work in Contemporary Landscape. In the same year, he became an independent teacher of Art and Creativity, creating his own teaching method, based on his professional experience, with the aim of guiding the individual artistic process. He has exhibited his work in numerous solo exhibitions in the southern region of Brazil and has participated as a special guest in plein air painting events in Latin America and Europe. He serves as a judge in contests and exhibitions for Brazilian and American associations, curates group and solo exhibitions, and has received various awards in the fields of art and creativity.
He currently coordinates, teaches courses, mentors, and promotes group painting retreats, exploring different expressions of Art and Creativity at the VOS School of Art and Creativity.
His work focuses on semi-abstract and minimalist representations of the landscapes around him, creating paintings with an air of deep contemplation and serenity.

He strongly believes in the power of art as a path to self-knowledge and, through the use of light brushstrokes, transparent techniques, simplification, and contrasting colors, he creates works that transform mere landscapes into something much deeper. At the heart of all his pieces is a subtle lightness, which becomes even more powerful when combined with the use of contrasts. By allowing the viewer to interact with his pieces, he hopes to inspire the same contemplative and serene feelings that he himself experiences. As Ari de Goes continues to create, he remains mindful of the subtle yet captivating power of art, and this is clearly reflected in all the works he produces.
A Arte Como Caminho
Ari de Goes
Vivemos em tempos onde o excesso de informação coexiste com uma crescente escassez de sentido. No campo da Arte, esse paradoxo se torna ainda mais visível: quanto mais acessível se torna o fazer artístico – através de meios digitais e democratização das ferramentas – mais se esvazia, por vezes, seu conteúdo essencial. Diante disso, torna-se urgente resgatar a Arte em sua função mais nobre: a de ser um caminho. Um caminho de retorno ao centro. Um caminho de autoconhecimento, de integração, de realinhamento com os princípios superiores do Ser.
Sob a luz da Teosofia, da Antroposofia e dos ensinamentos do Mestre Tibetano, compreendemos o ser humano como constituído por uma trindade de corpos: o físico, o emocional (ou astral) e o mental. Esta tríade, quando harmonizada e integrada, configura o que chamamos de personalidade – o invólucro funcional da alma em sua jornada encarnada. A alma, por sua vez, é o elo entre os planos da matéria e os reinos da consciência superior, acessando esferas como o plano mental superior (Manas), o plano búdico (Budi) e até o átmico.
É precisamente nesta construção da ponte entre a mente concreta e a mente abstrata – o Antakarana – que a Arte se revela como veículo potente. Diferentemente de abordagens puramente intelectuais ou técnicas, a Arte, em sua expressão mais pura e essencial, toca o plano intuitivo da alma e, ao fazê-lo, desperta no indivíduo o que há de mais vivo, íntegro e autêntico em seu ser. Através da prática artística criativa consciente, somos convidados a silenciar o ruído do mental inferior – esse campo da mente que tende à análise, à repetição, à lógica – para acessar estados de presença, fluidez e inspiração que pertencem aos níveis mais sutis da consciência.
“A mente (Manas) mata o real”, dizem os ensinamentos. Apenas quando silenciamos a mente concreta, a mente discursiva, é que vislumbramos a realidade espiritual.
Essa percepção é ecoada por Wassily Kandinsky em sua obra seminal Do Espiritual na Arte, onde o artista russo propõe a arte como manifestação da alma e não como mera imitação do mundo externo. Kandinsky compreendia que a forma deve nascer de uma necessidade interior, espiritual, e não da cópia da realidade visível. Para ele, a cor, a linha, o ritmo – quando libertos do figurativo – tornam-se instrumentos diretos da alma. Ao romper com o realismo, ele não negava a realidade, mas propunha uma realidade ampliada, onde a vibração interior é a verdadeira referência.
"A Arte é uma linguagem do espírito, ela transcende a matéria."
Wassily Kandinsky, "Do Espiritual na Arte"
Essa mesma vibração pode e deve ser buscada também na vida cotidiana. A Arte como caminho não se limita à tela, ao ateliê ou ao museu. A criatividade – expressão viva da alma – se manifesta em todos os atos humanos quando estamos presentes e alinhados com nosso propósito interior. Criamos quando educamos filhos, quando resolvemos conflitos com escuta e empatia, quando transformamos um cotidiano aparentemente comum em espaço sagrado de evolução.
“Um céu pode ser roxo. Ou verde.
Uma flor pode nascer de uma mancha.
A forma é sempre uma possibilidade, nunca uma prisão.”
Na prática artística consciente, a relatividade da forma se revela: o que é feio ou bonito? Onde começa o gosto e termina o condicionamento? O que separa a cópia da criação? Esses questionamentos não são meramente estéticos – são existenciais. Porque assim como o olhar artístico transcende a forma visível, o viver criativo transcende o automatismo das rotinas. O segredo da evolução espiritual não está nas grandes epifanias, mas na consciência cotidiana. Na forma como enxergamos a realidade. Na maneira como lidamos com o outro. Como nos transformamos, momento a momento.
Nesse ponto, torna-se inevitável tocar na crise da intelectualização. Em uma época em que a Inteligência Artificial já se mostra capaz de produzir textos, imagens, fórmulas, diagnósticos e análises com uma velocidade e acurácia sobre-humanas, o estudo intelectual – enquanto acumulação de dados – corre o risco de tornar-se obsoleto. O que faremos com essa nova realidade? A resposta está na transmutação do conhecimento em sabedoria. Ler mil livros não basta. A sabedoria nasce quando o conceito se torna vivência. Quando o saber se encarna, se espiritualiza, se aplica à existência. Caso contrário, nos tornamos apenas bibliotecas ambulantes, repletas de informações, mas desconectadas da própria essência do saber.
“A Arte é inocente, é pureza do espírito enquanto a inteligência é uma biblioteca. E hoje qualquer biblioteca pode ser substituída por um robô. Ser inteligente não basta. A Arte é além disso. A Arte é pureza do espírito.”
É nesse sentido que a prática artística se oferece como ferramenta de sublimação. A energia criativa, muitas vezes condensada nos centros inferiores – desejo, poder, afirmação do ego – pode ser conduzida para os centros superiores, conectados à visão, à inspiração e à síntese. Através de uma prática criativa bem orientada, o ser humano se eleva. Transforma sua pulsão em ação construtiva. Sua inquietação em beleza. Sua dúvida em silêncio fértil, sua Forma-pensamento em Realidade.
A Arte, portanto, é também política, filosófica, educativa e espiritual. É, em sua essência, um ato de resistência à banalização da vida. Criar é resistir ao caos. É organizar o invisível. É ofertar ao mundo uma nova leitura, uma nova imagem, um novo respiro. Castagnet, em suas palavras carregadas de experiência e síntese, diz: “Pinçar com o pincel a alma de um lugar, não sua fotografia”. Isso é Arte. Isso é presença. Isso é caminho.
Essa Arte que propomos não é elitista, nem utilitária. Não é terapia, mas pode curar. Não é religião, mas pode religar. Não é pedagogia, mas pode ensinar. Não é ciência, mas pode revelar. Não é mágica, mas pode transformar.
Don Juan, mestre de Castaneda, dizia: “A diferença entre um homem comum e um guerreiro é que o guerreiro vê tudo como um desafio, enquanto o homem comum vê tudo como uma bênção ou uma maldição”.
A Arte, como o Caminho do Guerreiro, é uma forma de ver. É um estado de ser. É uma postura diante da vida. O artista verdadeiro, como a criança, vê com olhos limpos. Não procura resultados – vive o processo. Não espera aplauso – mergulha no mistério. Não busca sentido – torna-se o próprio sentido.
A criança, em sua pureza, é o grande modelo do artista espiritual: sua curiosidade é inocente; sua criação, espontânea; sua alegria, íntegra. Educar, então, passa a ser proteger esse espaço criativo, e não adestrar para o desempenho. Criar filhos é também uma arte. Criar relações, ideias, soluções, vidas: tudo se torna arte quando feito com alma.
Nesse contexto, a infância é um território sagrado da arte em estado bruto. É no brincar, no experimentar, no imaginar, que a criança expressa sua alma com liberdade. A educação, neste sentido, deveria preservar esse estado de liberdade criadora, ao invés de sufocá-lo em nome da performance. O artista verdadeiro é aquele que,
mesmo adulto, mantém vivo esse fogo da infância: um fogo de descoberta, de fascínio e de amor pelo que ainda não foi dito.
A Arte, então, deixa de ser um produto, um objeto, uma imagem – para se tornar um modo de existir. Um modo de ver, sentir e atuar no mundo. E o artista – ou aquele que vive criativamente – se torna coautor da realidade.
Porque criar é, em última instância, um ato de responsabilidade.
Um ato de amor.
A Arte é, pois, uma tecnologia espiritual.
Uma ponte arco-íris entre mundos.
Uma linguagem anterior à linguagem.
Um chamado à totalidade.
Por isso afirmo por própria experimentação e vivência: a Arte é um caminho. E talvez seja o mais urgente, o mais possível e o mais necessário deles nos dias atuais.
EXHIBITIONS AND PARTICIPATIONS
2009 - "Comunidade" - Curator of the group exhibition for the drawing class students of the NGO Casa da Criança Morro da Penitenciária
2011 - "Olhar Açoriano" - Solo exhibition at the Museum of History of São José
2011 - "Gravuras e Aquarelas" - Group exhibition at CIB - Italo-Brazilian Circle
2012 - "Natureza Morta" - Solo exhibition at the Museum of History of São José
2013 - “Flores em Setembro” - Solo exhibition at the Museum of History of São José
2017 - “Sutilezas” - Curator and participant in the group exhibition at CIC Centro Integrado de Cultura, Fundação Catarinense de Cultura
2017 - "Guest of Honor" at the 9th International Watercolorists Meeting in Paraty
2018 - Guest of Honor at the V International Watercolor Meeting in Caldas da Rainha, Portugal
2018 - Guest of Honor at the 2nd International Watercolor Meeting in Montemor-o-novo, Portugal
2019 - First Brazilian Selected for the SWA Society of Watercolor Artists - Texas, USA, with the work "Curitiba"
2019 - Brazilian Selected for the "NWS 99th International Open Exhibition" in the USA with the work: Morning Light
2019 - Brazilian Selected for the 39th SDWS - San Diego Watercolor Society International Exhibition in the USA with the work Route 401
2020 - "Encuentros Pictóricos" - Group Exhibition at UNSA - National University of San Agustin de Arequipa, Peru
2023 - Judge for the Members' Exhibition of the WSST - Watercolor Society of South Texas
2023 - Brazilian Selected for the "SDWS PleinAir Exhibition" in the USA with the work: Piazza Della Victoria
AWARDS in Creativity, Photography, and Watercolor
1998 - 1st place at the ACAERT Radio Award with the Jingle Maxxim
2001 - 1st place at the Columnists Award for the 30" Piratas VT
1999 - 1st place at the Columnists Award for the 30" Ibagy Nossa Gente VT
1999 - 2nd place at the Columnists Award for the 25 Years Ibagy campaign
2001 - 1st place at the Franklin Cascaes Foundation and Florianópolis City Hall Photography Marathon
2014 - 3rd place at the Franklin Cascaes Foundation and Florianópolis City Hall Photography Marathon
2009 - 3rd place at the Franklin Cascaes Foundation and Florianópolis City Hall Photography Marathon
2017 - Acquisition Prize by the City Hall of Piracicaba at the 3rd SAP Watercolor Salon of Piracicaba with the work “12”
2017 - Acquisition Prize by the City Hall of Piracicaba at the 65th Fine Arts Salon of Piracicaba with the work “Pela Santa Ifigênia”
2018 - Acquisition Prize by UNIMED at the 4th SAP Watercolor Salon of Piracicaba with the work “Papaquara do Jurerê”
2018 - Silver Medal at the 66th Fine Arts Salon of Piracicaba with the work “Rua da Glória”
2019 - Acquisition Prize by UNIMED at the 4th SAP Watercolor Salon of Piracicaba with the work “Mercado Publico de SP”
2020 - Cultural Trajectory Recognition Award Aldir Blanc - SC